quinta-feira, 26 de março de 2015

Song of the Sea


Song of the Sea (2014) on IMDb

De 16 a 21 de Março decorreu em Lisboa o festival MONSTRA. Das várias animações exibidas, tive a oportunidade de visualizar Song of the Sea de Tomm Moore. Desde que vira o trailer em 2014 que a curiosidade sobre este filme despoletou. 

A história gira em torno de uma família incomum, e a sua irmã Saiorse, filhos de uma selkie, são levados pela avó para viver na cidade contra a sua vontade. No desenrolar da acção vemos a sua tentativa de voltar a casa que leva ao revelar de segredos e a encontros inesperados. Repleta de magia e transbordando mitologia e simbolismo irlandês, Song of the Sea foi um dos filmes de animação de melhor qualidade que vi nos últimos tempos. Uma história de perda, amor fraternal e persistência que levou, literalmente, a plateia às lágrimas.
Equiparável a filmes de Hayao Myazaki este filme irlandês traz-nos a esperança de continuarmos a ver filmes de animação ocidentais belos com mensagens profundas, que não se deixam depender de técnicas de última geração para que sejam considerados obras-primas.

A minha fé nos Óscares já era pouca, mas agora é nula. Ainda não tive oportunidade de ver os restantes nomeados, mas entre Big Hero 6 e Song of the Sea a diferença é tão abismal que nos faz questionar quais os critérios da Academia.
Na MONSTRA, Song of the Sea recebeu o Prémio Especial do Júri e de Melhor Banda Sonora e com certeza receberá outros prémios pelos festivais que passar, só é de lamentar a falta de projecção que de outra forma poderia ser alcançada.

Secret of the Kells do mesmo estúdio e realizador também é de notar, no entanto a evolução entre os dois filmes é visível. Da minha parte vou apoiar ao máximo este estúdio na esperança de que advenham mais obras de arte, espero que façam o mesmo.




sábado, 21 de março de 2015

Achtung - Uma nova viragem na Era da robótica - JIBO

Boas, daqui Antonino Braz.

Antes de mais quero agradecer à Inês Duarte por me ter convidado para colaborar neste fantástico Blog, e passar de seguida ao tema desta nova publicação, e à minha estreia no Neurónios Curiosos. ;).

Há muito que a humanidade devota uma boa parte do seu intelecto ao desenvolvimento da robótica, e no avanço de novas e melhores I.A. (Inteligência Artificiais). A nossa Evolução tem sido mais lenta no ramo da I.A, do que no ramo da robótica, com o exemplo do robô  ASIMO, patrocinado pela onda, ou SPOT da Boston Dynamic. Gostava que utilizassem o link abaixo para conhecerem JIBO, um robô familiar, com capacidades de vão desde amigo das crianças, companheiro, assistente pessoal, entre muitos outros.




Links que possam vir a gostar!

JIBO - http://www.jibo.com/
SPOT - https://www.youtube.com/watch?v=M8YjvHYbZ9w
ASIMO - https://www.youtube.com/watch?v=JlRPICfnmhw

domingo, 1 de março de 2015

Antestreia de "Road to Extinction"


No dia 25 de Fevereiro, foi exibido no cinema São Jorge o documentário dos Moonspell "Road to Extinction" realizado por Victor Castro. Tanto o novo álbum como o documentário centram-se na problemática da extinção.

Toda a banda esteve presente na exibição. O primeiro a surgir foi Fernando Ribeiro que, causando pressão sob os restantes membros, surgiram rapidamente um a um, juntamente com familiares.
Foi feita uma breve introdução com leitura de um texto em português sobre a temática do álbum e um comentário breve do realizador que explica não ter feito uma grande edição e ter-se concentrado em apanhar o máximo de momentos e documentar a produção do disco em cru.

De seguida deram início à projecção do filme. Extinção é um tema sobre o qual até tenho algum conhecimento, mas a edição de um álbum é algo que me escapa por completo. Apreciei ver as várias fases de produção, ver a dinâmica da banda e identificar semelhanças que podem existir entre esta e um grupo de laboratório.

A partir do momento em que os Moonspell chegam à Suécia o documentário torna-se muito fluido, nem damos pelo tempo a passar, quer seja pelos vislumbres das novas músicas quer fosse pelos momentos cómicos, como os vários takes que foram necessários ao Ricardo , ou a conversa entre o Fernando e a Siri.

Ao longo do filme os Moonspell remetem sempre para o tema do álbum. A extinção, explica-nos Fernando Ribeiro, pode ser interpretada de várias formas por diferentes pessoas. Algumas encará-la-ão de forma mais correcta, atribuindo-lhe o devido peso, outras de forma mais leviana e indiferente. No álbum, os Moonspell retratam também a extinção associada à perda pessoal. Quando nunca mais voltamos a estar num determinado local, com certas pessoas e a sentirmo-nos a pessoa certa, no sítio certo, à hora certa.

Os professores Mário Cachão e Francisco Petrucci-Fonseca (presidente do Grupo Lobo), ambos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, contribuíram com uma perspectiva mais científica e com o exemplo da conservação do lobo ibérico.

Em suma, o documentário de 80 mins. vai permitir aos fãs de Moonspell ter um contacto mais próximo com a produção de um álbum que deixa muitas expectativas e compreenderem melhor a essência que este se propõe transmitir.


sábado, 28 de fevereiro de 2015

Diabo na Cruz no Tivoli


"Num concerto de Diabo na Cruz tudo pode acontecer"

Quinta à noite os Diabo na Cruz deram início à sua digressão no teatro Tivoli, em Lisboa. A animação e energia em palco não tardou a contagiar a plateia que logo na 2ª música ("200 mil horas") se pôs de pé.

Já o concerto ia algo avançado quando a meio da música "Casamento" o teclista João Gil dirige-se ao microfone e agradece a presença de todos no concerto que diz ser especial por mais do que um motivo. Chama Joana, a namorada que ama já há 10 anos, a subir ao palco e, quando esta timidamente surge, ele ajoelha-se e pede-a em casamento diante de uma plateia comovida.
Terminam a música e segue-se uma versão de "Luzia" apenas com o canto de Jorge acompanhado pelo piano solitário. Um momento de levar lágrimas aos olhos.

Voltaram ao ritmo de festa com o tema "Saias". "Dona Ligeirinha" e "Sete Preces" levam a audiência ao rubro, com letras na ponta da língua e alegria contagiante. "Vida de Estrada" torna-se a cereja no topo do bolo, nesta altura a maioria da plateia dança, pula e canta do fundo dos pulmões! A banda retira-se para retornar ao pedido do encore.

A simpatia e dedicação ao público foi especialmente notada nos encores. Ao som de "Chegaram os Santos", Jorge Cruz organizou um comboio nas primeiras filas da plateia que culminou com a invasão do palco por algumas dezenas de pessoas. Fez-me lembrar as festas de aldeia que eu tanto estimo. Um final que podia ser perfeito, mas com o qual o público não se contentou. Os Diabo voltaram de casacos na mão para um 2º e último encore que deu a sensação de ser totalmente espontâneo, terminando assim o concerto com "Mó de Cima" e "Armário da Glória".

Uma das melhores bandas nacionais de rock. Com uma base de fãs cada vez mais alargada e sólida, só falta um pouco mais de projecção por parte dos media e reconhecimento pelo grande público para serem tão grandes quanto Xutos e Pontapés.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Missão País 2015


Na semana passada participei na Missão País 2015. Lancei-me neste desafio sem ter bem a certeza do que me esperava e vejo agora que essa escolha compensou, voltaria a repeti-la sem hesitação.
Durante uma semana pude conhecer duas vilas lindas de Portugal onde nunca tinha ido, contactei com os seus habitantes, ouvi as suas tristezas e alegrias, tentei ser útil e ajudar quem precisava. Visitei lares e escolas, fui missionária. Cresci na minha fé, ajudei o próximo e alarguei o meu número de amigos. Vivi em comunidade e partilha.

O que é a Missão País?
 É um projecto de universitários que tem como objectivo evangelizar Portugal através de um testemunho de Fé, Esperança e Caridade. 
Durante uma semana, entre o 1º e 2º semestre, em média, 40 estudantes instalam-se numa vila ou aldeia, dividem-se em grupos de menor número e põem-se ao serviço de várias instituições e realizam "porta a porta", tentando ajudar com a sua presença.

Quais são os seus valores?
 Transformação, Unidade, Compromisso, Oração, Amor ao próximo

Tripla missão do projecto:
- missão externa - actuação junto da população local.
- missão interna - vivência em comunidade no grupo de missionários.
- missão pessoal - introspecção e oração.

Não sou católico, ainda assim posso participar?
Sim, se estiveres mesmo interessado em participar na Missão País durante o próximo ano, na altura devida, deves falar com os chefes da missão da tua faculdade.


Mais informações: http://www.missaopais.pt/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Don't Starve



Don't Starve é um jogo de sobrevivência que faz relembrar Minecraft com traços da estilização de Tim Burton.

Começamos o jogo na pele de Wilson, um cientista que foi transportado por um demónio para um mundo estranho e selvagem. Para escapar Wilson terá que explorar este novo mundo, cheio de perigos, criaturas e surpresas.

O objectivo é sobreviver o número máximo de dias possível, desbloqueando novas personagens e um novo modo de jogo. O mais curioso talvez seja o facto de que raramente morremos de fome. Existem inúmeros perigos ao longo do jogo e é fácil morrer devido a pequenos erros e distracções. Quando somos transportados a um novo mundo deparamo-nos com várias criaturas que por tentativa e erro vamos descobrindo se nos são amigáveis ou não. Na maior parte das vezes a verdade é que essas criaturas são bastante mortíferas, mas podemos usar todas em nosso benefício.
Quer seja para obter comida, mais recursos, aumentar o nosso inventário ou livrarmo-nos de ataques inesperados de uma matilha vinda do nada, cada criatura nova é-nos útil, se lhe sobrevivermos...

Até agora tive a oportunidade de jogar a versão Beta do jogo e fiquei completamente viciada. 

Actualmente existem a expansão Reign of Giants e a versão Don't Starve Together (multiplayer).

Prós:       Desafiante,
                Viciante
                Controlos simples para PC
                São gerados mundos de forma aleatória

Contras: Viciante.
                Cada vez que o jogador morre o jogo reinicia no dia 1 sem qualquer objecto no inventário.


Requisitos do Sistema:

  • Sistema Operativo: Windows XP/Vista/Windows 7/Windows 8/ OSX10.7 ou melhor/Ubuntu 12.10
  • Processador: >1.7 GHz ou melhor
  • Memória: >1 Gb de RAM
  • Gráficos: Radeon HD5450 ou melhor; 256 MB ou mais dedicados (Placas GMA não são suportadas)
  • DirectX®: 9.0c
  • Disco Rígido: 500 Mb espaço HD
  • Som: drivers e placas de som compatíveis com 100% DirectX 9.0c 


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Viagem dos Capitães da Areia a bordo do Apolo 70



Após uma longa espera eis que finalmente os Capitães da Areia nos brindam com um álbum refrescante e original.

Arrastados para uma viagem pelo universo a bordo do centro comercial Apolo 70 transformado em nave espacial, os nossos capitães encontram vários seres pelo caminho. Travam a batalha da Cassiopeia com os Capitão Fausto, assistem a um duelo de reis comem uma bifana com o Bruno Aleixo, atravessam uma cintura de velhinhas, o Vasco é levado por cânticos da Lena d'Água, são animados com um lugar ao Sol, até regressar a Portugal e às suas morenas de beijos espaciais.

Recheado de ironia e humor, é possível encontrar preciosas expressões como:

"Eish que sexy!", "Quero pão com mamelada!", "Mayday, mayday, tenho velhinhas a sair de órbita", "O ovo está xixo", "Rosebud"

No dia 25 de Janeiro disponibilizaram o álbum integral no Youtube, que pode ser ouvido neste link.

Para adquirir o CD por enquanto existem 4 opções:
  • Nas lojas Louie Louie e Flur Discos
  • Escrevendo para oscapitaesdaareia@gmail.com e aguardando resposta
  • Nos especáculos ao vivo.
Têm em agenda um concerto dia 21 de Fevereiro na Musicbox em Lisboa por apenas 5€.
Clicar aqui para comprar bilhetes!

Valeu a pena a espera!






quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lendas de Portugal


A música que é feita hoje em dia com inspiração medieval tem muitas vezes como temas contos e lendas da tradição oral popular. Graças à curiosidade despertada pela canção"Pieira dos Lobos" da banda Música Profana encontrei um dos projectos do Centro de Estudos Ataíde Oliveira.

O Centro de Estudos Ataíde Oliveira está sediado na Faculdade de Ciências Humana e Sociais da Universidade do Algarve. Foi criado com o intuito de desenvolver a literatura oral e desde 1994 que efectua a recolha e arquivo de versões de contos portugueses. Actualmente têm dois projectos entre mãos, o Arquivo do Conto Tradicional Português e o Arquivo Português de Lendas.

Este último possui um vasto conteúdo de mitos e lendas portuguesas incluídas nas seguintes categorias: Lendas Sagradas, Históricas, Urbanas, Etiológicas e Lendas do Sobrenatural. Numa das páginas encontrava-se a lenda na qual a música se inspirava.

A forma mais simples de encontrar uma lenda específica é usando o formulário de pesquisa (Search Form), no entanto, é também bastante interessante perdermo-nos no site durante algum tempo, deixando-nos navegar pelas várias categorias, descobrindo um pouco da cultura popular portuguesa.

Até agora foi o maior e melhor arquivo online que encontrei desta temática e revela-se não só uma óptima fonte de curiosidades mas também bastante útil para quem não tem facilidade em se deslocar a uma biblioteca onde seja possível consultar volumes deste contexto.
É possível visualizar o site tanto em português como em inglês, tornando o seu conteúdo ainda mais acessível.

É bem vindo o contacto de pessoas que conheçam mais lendas ou contos portugueses que ainda não fazem parte destes arquivos. Para ajudar a completar o arquivo devem enviar e-mail para  CEAO@ualg.pt







quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Juanjo Guarnido e Freak Kitchen

Juanjo Guarnido é um ilustrador espanhol mais conhecido pelo seu trabalho como ilustrador na série de banda desenhada Blacksad, escrita por Juan Díaz Canales. Foi ainda animador na Disney onde trabalhou em vários filmes, incluindo Hércules, Tarzan, Atlântida: o Continente Perdido, O Livro da Selva 2 e a curta-metragem Lorenzo.

Os Freak Kitchen são uma banda de hard rock e heavy metal da Suécia. O conteúdo das suas letras normalmente contém críticas à sociedade, ironia e humor negro.

O que é que acontece quando um desenhador decide envolver-se com hard rock?
Uma obra-prima. 



Juanjo sempre quis avançar com um projecto próprio que estivesse envolvido com música. Assim, foi uma questão de tempo até propor a realização de um videoclip em animação a uma banda, tendo a sua escolha recaído nos Freak Kitchen. Ao contactar o vocalista da banda, Mattias Eklundh , este último propôs-lhe o desenho da capa para o novo álbum Cooking With Pagans. Juanjo aceitou de imediato e guardou a ideia do seu projecto de animação para aplicá-la assim que reunisse fundos para isso. Foi pedida ajuda aos fãs para angariar dinheiro de forma a financiar os custos de produção e o resultado pode ver-se a seguir:



Nunca tinha visto uma animação de um videoclip tão bem feita, pelo que esta me despertou a atenção. Cheguei a ela a partir de um dos canais do VSauce.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Arslan Senki - The Heroic Legend of Arslan




A minha irmã é aquilo que eu gosto de chamar uma nipoólica*, também conhecido por: pessoa completamente viciada em tudo o que seja nipónico ou evoque o Japão.
Sendo ela uma nipoólica, transmite-me, frequentemente, factos, novidades e afins da cultura japonesa.

Antes do Natal passado, levei-a comigo pela 1ª vez a uma loja de banda desenhada, para que ela pudesse folhear mangas e divertir-se a ver figuras de acção.

Esta conversa toda para dizer que:

Estava eu entretida, quando, de repente, a minha irmã aparece a meu lado com um exemplar de The Heroic Legend of Arslan (Arslan Senki) na mão.
A minha 1ª reacção foi:
(O.O) "Esse não é o Edward na capa???"

ao que ela pacientemente me explica que se trata de uma história totalmente diferente mas da mesma ilustradora e autora do Fullmetal Alchemist (o meu anime favorito).
Acontece, que eu nunca me aventurei muito pelo território dos mangas. Este, no entanto, despertou de imediato a minha curiosidade, tanto pela ilustradora, quanto pela história descrita na contracapa.


A acção desenrola-se no reino fictício de Pars, governado pelo rei Andrágoras, que se supõem ser inderrotável. Arslan é o príncipe que, apesar do esforço, lança dúvidas sobre a sua capacidade para um dia suceder ao trono.
Aos 14 anos parte para a sua 1ª batalha, a qual dará início a uma mudança drástica na outrora gloriosa capital de Ecbatana e no magnífico reino de Pars.




A atmosfera remete-nos para a antiga Pérsia (também chamada de Pars...), tanto pelas roupas, como pela comida, arquitectura e feição de algumas personagens.
Achei especialmente curioso a referência aos cruzados através da palavra lusitanos. Eu sou portuguesa, e com ascendência da Beira Baixa, pelo que para mim a palavra lusitano tem um significado especial que nada tem a ver com o uso que lhe é dado no manga.


Os lusitanos foram um povo que habitou o Oeste da península Ibérica, a antiga Lusitânia onde actualmente se situa Portugal e parte da estremadura espanhola. Resistiram durante algum tempo à invasão romana sendo Viriato o seu líder mais famoso (aclamado n'Os Lusíadas).

No manga são retratados como extremistas de uma religião que adora o Deus Yaldabaoth, que se trata, na verdade, de Deus descrito pelo gnosticismo. Não sei muito sobre o assunto, mas sei que os lusitanos nunca fizeram parte das cruzadas, ao contrário dos seus descendentes, juntamente com os restantes povos da Europa cristã (que na altura já tinha reinos definidos).

Fiquei com pena por ser atribuída uma imagem de vilões aos lusitanos, mas a verdade é que o mundo que nos é mostrado na Lenda de Arslan não precisa ser igual ao nosso. Acho mais envolvente se pegar em conceitos conhecidos ou desconhecidos e os fundir criando algo completamente novo e parece-me que até agora os conceitos estão bem conseguidos.

A história começa de forma intensa e desenrola-se a um ritmo viciante, com o surgimento de pequenos mistérios e revelações.

Após iniciar uma leitura compulsiva (é mesmo difícil parar!), descobri através de uma entrevista disponível no final do livro que o manga resulta numa colaboração entre a Hiromu Arakawa e Yoshiki Tanaka, sendo o último o escritor da história. 

Decidi completar a informação recorrendo à internet para descobrir um pouco mais sobre esta história e se existia a hipótese ou não de criarem um anime.
Descobri que a história foi escrita na década de 80 e que atingiu grande sucesso, tendo sido criada uma adaptação em anime e manga, mas num estilo totalmente diferente!

Desenhada por Sachiko Kamimura, a série de OVA's teve início em 1995 como resposta ao grande sucesso de Arslan Senki enquanto manga.

As últimas notícias revelam que o anime baseado na adaptação de Arakawa está agendado para estrear no Japão em Abril deste ano! Tendo sido emitido um anúncio pela televisão.

Da minha parte as expectativas são elevadas, já li o manga até ao capítulo 19 e espero ansiosamente para poder ler mais. O enredo e a atmosfera cativaram-me imenso. Espero que consigam transpô-los para o ecran com fieldade e torná-lo num sucesso comparável a Attack on Titan, Fullmetal Alchemist e outros.

Até lá aguardamos mais novidades enquanto lemos  novos volumes de manga desta história viciante.




Spot Televisivo:



Site oficial com mais informações: http://www.arslan.jp/
Curiosidades sobre o povo lusitano: clica aqui

* Palavra inexistente no vocabulário português, por mim aqui introduzida por necessidade.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria - Tiago Pereira



Estreia hoje às 22.45h, na RTP 2, uma série documental de 26 episódios, por autoria de Tiago Pereira, intitulada O Povo Que Ainda Canta.

Esta série tem por base a recolha efectuada pelo realizador Tiago Pereira, que, desde 2011, tem percorrido o país de Norte a Sul e gravado canções, ditos, lengalengas, bandas e grupos populares.

Já há mais de um ano que acompanho o projecto A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria deste realizador português, e tenho observado uma grande base de dados aumentar de dia para dia graças ao trabalho, esforço e dedicação deste homem que se comprometeu a dar voz às velhinhas, e não só, espalhadas ao longo deste país. O "arquivo" conta já com mais de 1800 vídeos.

Para mim, a gravação das tradições portuguesas é um autêntico serviço público. Devia ser mais valorizado tal como muitas outras pessoas neste país que não recebem o devido reconhecimento, e merece, sem dúvida, um destaque muito maior do que o que lhe tem sido dado até hoje. Ainda assim aplaudo a iniciativa de emissão desta série num canal público.
 É bom saber que a partir de hoje as pessoas que não têm acesso a internet poderão também desfrutar dos frutos deste trabalho.

Quando olho para o nosso panorama musical penso que à excepção do fado parece que houve um corte brusco do som português que se fazia há umas décadas e o que se faz hoje. Quando ouvimos as bandas mais recentes os seus trabalhos não parecem reflectir a musicalidade portuguesa, mas antes uma cultura exterior.
Adoro a música portuguesa no geral, gosto tanto de artistas que cantam na nossa língua, como de artistas que cantam em inglês ou artistas e bandas que se concentram no instrumental e deixam a cantoria de lado. No entanto uma das minhas bandas favoritas são os Diabo na Cruz, e uma das razões pelas quais adoro a sua música é a proximidade que tem da música popular portuguesa, e da maneira como conseguiram transformá-la e fazê-la evoluir para um estilo revigorante e único que é o "rock popular".

A meu ver fazem falta mais umas quantas bandas com este não-sei-quê português. Pode ser que este trabalho de Tiago Pereira inspire alguém a avançar.





Recanto - "Mondego" from MPAGDP on Vimeo.


"Deêm-me duas velhinhas, eu dou-vos o Unniverso"
Tiago Pereira


Canal no Vimeo:  MPAGDP

domingo, 4 de janeiro de 2015

Maria Capaz



Há uns dias atrás, uma amiga enviou-me um link para um site que pode ser chamado de revolucionário, pelo menos em Portugal.


Este site contém imensos textos escritos por várias mulheres portuguesas, algumas mais influentes que outras, todas com o seu próprio estilo, mas unidas na "afirmação da mulher portuguesa e discussão da condição feminina a nível global".


Acho a ideia de criação desta plataforma original e muito adequada aos dias que correm.
A página de facebook de mesmo nome já conta com mais de 40.000 desde 17 de Dezembro, data de criação. Em menos de um mês atingiu já um alcance incrível, o que após navegar um pouco pela página ou pelo site deixa de ser tão espantoso. A sua elaboração está muito bem conseguida.

Com publicações diárias (conta até agora com 48 cronistas/colaboradoras) de conteúdos muito variados, quer sejam conselhos, igualdade, tabus sociais, peças de teatro acabadas de estrear, dicas de moda e até mesmo ensaios fotográficos e entrevistas.
É um site de variedades, rico e diversificado mas que põe sem dúvida alguma a opinião de algumas mulheres portuguesas no mapa. Ao visitar a página de contactos ficamos também a saber que qualqer uma de nós pode contribuir com os seus conteúdos, bastando para isso enviar um email.


Parece-me que esta ideia e site têm um grande potencial de crescimento e com futuras adesões provavelmente poderemos ter acesso a um site não só de opiniões de mulheres portuguesas, mas de opiniões de mulheres do mundo. Poderemos ter modelos femininos a seguir que com toda a certeza serão melhores do que a maior parte dos existentes. Podemos dar a conhecer às nossas meninas  de hoje mulheres de opiniões estruturadas às quais possam ascender ao invés de cantoras, actrizes e reality shows que degradam a imagem do que é ser mulher

Espero que o projecto avance e atinja sucesso. Por enquanto só tive oportunidade de ler algumas crónicas e ver uma entrevista, mas já me apaixonei e tornei-me seguidora do site e facebook.


Para visitar o site clica aqui!
Para visitar a página do Facebook clica aqui!

sábado, 3 de janeiro de 2015

What's in your head?



Começo este post com uma música.
Os Placebo deram um concerto no final de 2014, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. A certa altura o vocalista disse "This next song is based on a true story, but we had to change the names for legal reasons in order to protect the guilty. And I can see, from here, that many of you are here tonight and you know exactly WHO YOU ARE. Thank you.". De seguida a banda começa a tocar o single "Too many friends" deixando a multidão ao rubro (eu incluída).

Esta música pertence ao mais recente álbum da banda (Loud Like Love) e fala da influência da tecnologia e redes sociais na nossa vida.

A cada dia que passa cada vez mais nos desligamos das pessoas que nos rodeiam, vivemos agarrados a computadores, tablets e telemóveis. Eu própria me encaro como cúmplice e culpada deste estilo de vida.

A questão é: até que ponto deixaremos chegar esta falta de ligação humana? Os efeitos colaterais já são observáveis, cada vez mais existem comentários negativos, ódio, egoísmo, indiferença, solidão, desrespeito, jovens com depressões ou, até mesmo, tendências suicidas. Vemos as nossas crianças a levar uma infância agarradas a vidas virtuais, alheias da realidade e do mundo físico e não nos preocupamos com isso, por vezes até as fomentamos. Mas o que será do mundo quando for governado por pessoas que talvez darão mais importância a ao digital do que ao real?
Será que essas pessoas se preocuparão com a fome, a pobreza, a escravidão, a discriminação, a poluição ou será que darão mais prioridade ao cyberbullying, acesso mundial livre à internet, etc? Será que sentirão empatia e compreensão pelo outro ou vê-lo-ão apenas como algo do outro lado do monitor?

"My computer thinks I'm gay. What's that difference anyway, when the people do all day is starring into a phone?"

Placebo

Não me interpretem mal, eu adoro tecnologia, acho que pode ser extremamente útil e divertida. Tornámo-nos muito mais eficientes graças a ela, fizemos descobertas fantásticas, ligámo-nos com quem está longe e talvez nunca mais pudéssemos ver, descobrimos uma nova forma de interação e partilha. No entanto, nem sempre usamos as nossas ferramentas da melhor forma, afinal uma faca não magoa se for bem utilizada...

Acima de tudo não nos podemos esquecer do mais importante: agir, fazer a diferença, conhecer lugares e pessoas, ajudar quem precisa, apoiar um amigo, trabalhar e sentirmo-nos úteis. No fundo, viver uma vida cheia. Para isso temos que estar "lá", não basta carregar num botão. E estar lá não só fisicamente mas mentalmente também! De que valerá a tua presença num jantar ou festa se te limitares a ficar agarrado ao telemóvel, completamente alheio ao que te rodeia?

Há um mês atrás eu fui almoçar a uma cantina universitária com o meu namorado, sentámo-nos sem reparar nas pessoas à nossa volta e começámos a discutir vários assuntos. Quando demos por nós estávamos numa discussão acesa devido a opiniões divergentes, mas reparámos num silêncio aterrador à nossa volta. Eu parei de falar, fiz sinal ao meu namorado com o olhar, e ambos pensámos que as pessoas em volta estavam caladas a ouvir a conversa (do estilo: omg... aqueles dois estão a discutir imenso). A verdade foi que quando nos levantámos deparámo-nos com 3 pessoas, sem comida nos pratos, completamente agarradas aos respectivos telemóveis que, pelos vistos, tinham passado +/- 30 mins. sem dirigirem palavra uns aos outros...

Eu pergunto, o que preferiam vocês? Ficar em casa a jogar uma partida de CS, LoL, etc, ou sair com os vossos amigos e ir jogar uma partida de bilhar, sueca, matraquilhos, ou mesmo paintball? Eu sei que a maior parte de vós deve responder a 1ª opção... e é isso que me assusta. 

"Staying in my play pretend where the fun ain't got no end. Can't go home again, need someone to numb the pain"

Tove Lo